30.8.06

Verbo Sonhar



Eu não creio, porque não posso.
E talvez porque não queira.
Só que de tanto querer e não poder, acabei mesmo sem crença.

Não creio porque não vejo.
E nada vejo sem ter cegueira.
Mas é tanta cor que me assalta que me perco em daltonismos.
Como a rima que não surgiu, um passo de dança fora de tempo, ou a água que engasgo em sede infinita.

Momentos e nada mais.
Mais do que isso são mentiras, repetidas incessantemente até o mentiroso ser mentido.
Minto-me que existo, mas sei que quando desperto, só o corpo resta mais vivo.
A vida já lá vai, naquela noite e naqueles sonhos em que adormeci.
Naquele mundo onde eu sou.
Naquele mundo onde tu és.

E então torno a morrer.

E em cada noite sonho acordar para a vida...

1 comentário:

Anónimo disse...

talvez possas acordar em breve.. ;)