23.2.05

Cor de Pele (Parte I)

Posted by Hello


Por que é que chamamos a esta cor (ver imagem), a cor de pele e não a outra cor qualquer?

Antes de iniciar este texto, não podia deixar de creditar a ideia inicial, que está escrita a itálico, ao meu irmão João, que me falou de uma letra que estava a escrever e que tinha esta questão como premissa e inclusivé, verso. Nao sei se já algum escritor ou comentador alguma vez tinha pensado em criticar tão astutamente este assunto... Apenas sei que sem este indirecto, mas essencial contributo do meu mano, não tería conseguido arranjar um título tão forte para um tema sobre o qual muitas pessoas já contribuiram com uma opinião. Para não dispersar muito as ideias e porque o assunto dá pano para mangas, decidi dividir o texto em duas partes, sendo a primeira dedicada à génese do racismo e a segunda ao racismo nos palcos da vida adulta. Dedico este texto não só a todos que lêem o meu blog, mas principalmente ao meu irmão João...


O racismo não é um problema da mesma dimensao daqueles que discuti nos textos anteriores. Não, neste caso estamos perante algo que é praticamente tão velho quanto o ser humano, ou por outras palavras, é tão velho quanto a sua crueldade e a sua tendência em cultivar e potenciar o exterior, a sua aparência. Compreender a génese do racismo torna-se tanto mais complicado quando o repudiamos... É, portanto, para mim, um exercício de reflexão nada fácil, este que faço hoje. Pertenço, felizmente, a uma sociedade que me deu a oportunidade de estar informado, conhecer antecedentes históricos, ter uma educação ética minimamente digna e ainda, no meu caso, pertencer a uma família étnicamente rica e variada. Contudo, e apesar de estar incluído nessa mesma sociedade dita moderna e num século XXI, o racismo é ainda muito grande, pior – é ainda maioritário, claramente maioritário! Onde está o problema? Onde é germinada esta semente mesquinha nos corações de quase todos?... São perguntas de díficil resposta, mas o passado pode levantar o véu acerca das questões. As gerações anteriores são um forte contributo para a formação de um racista. Se uma criança tiver um pai ou uma mãe racista e que fomenta ao longo da sua educação um afastamento em relação a crianças de minorias étnicas, é bastante provável que essa criança cresca racista. Os meus pais têm etnias diferentes e vêm de um país multicultural, o que não é condição necessária nem infalível para não se ser racista. Juntem a estas condições a formação e têm praticamente todas as condicionantes que podem fazer com que uma pessoa seja, ou não, racista. Pensem agora na quantidade de pessoas que crescem em ambientes étnicamente confinados e que recebem uma formação conservadora, multipliquem essas pessoas por gerações e têm aí a primeira solução da questão sobre a génese deste problema. É, portanto, muito mais fácil “criar” um racista do que um “não racista”. Infelizmente, é verdade, se assim não fosse, isto não seria um flagelo com milénios de existência e este texto não seria escrito...
Se em século anteriores podíamos atribuir algumas culpas à falta de contacto inter-racial e a uma formação ultra-deficiente, nos nossos tempos podemos culpabilizar muito a maneira como a informação é distribuida. A sociedade e os seus valores, os seus estereótipos, a sua religião, é tudo (ainda) erradamente projectado e ensinado, na televisão, nos outdoors, nas revistas e por fim e consequentemente, na mente de cada um. A animação, exemplificada na imagem de hoje, parece inocente mas não tem equilibrio racial. Lembrem-se dos desenhos animados que viram, das BDs que leram, quantos negros haviam em cada história? Quantas, dessas escassas personagens, eram protagonistas?... É, também, nos desenhos que as crianças começam a criar as suas bases psicológicas e é, também, aqui onde as coisas falham.
Na escola, uma criança marcadamente racista consegue influenciar e alastrar a sua crueldade por entre os seus colegas, mais facilmente do que o ofendido capta defensores. É muito mais fácil ficar do lado de quem agride, especialmente quando se é criança e há o medo latente de se ser ostracizado. Cresce o isolamento nas turmas, assim como nos bairros, nos transportes públicos, na Vida... E o que acontece quando saem das escolas para os empregos? O que acontece quando crescem? A partir daí começam a lidar com adultos que ontem foram crianças...

1 comentário:

Anónimo disse...

pois bem, k mais posso dizer????

tens o dom da palavra i fazs mto bem em xpalhar i kompartilhar kom o ppl o k sentes... por isso soh tenho k t agradecer por fazers momentos d mto boa leitura i k tornam a net uma pco mais interessante...

cda vez k paxu kah fiko em pulgas pra saber o k vais escrever....

kontinua u teu bom trabalho...

haztah mess
[[]] Don_Corleone