21.11.05

Miniaturas

Posted by Picasa


Às vezes acordamos e questionamos a nossa existência. O porquê de estarmos onde estamos e a influência que temos nisso. Afundamo-nos em pensamentos superiores ao próprio meio de pensar, onde tudo se parece agigantar e nos transforma em miniaturas...

Por cá, a esperança média de vida ronda os 80 anos. O que significa, na prática, que temos esse tempo (mais coisa, menos coisa) para viver. E digo viver, não, sobreviver. Esta percepção assalta-nos mais, quando vivemos dias monótonos. O contra-relógio torna-se mais claro, e com ele, a noção ou o receio de não vermos tudo o que há para ver, ou mais importante, tudo o que queremos ver.
Os que podem viver, vivem quase todos segundo objectivos. E quando falhamos esses objectivos, normalmente somos forçados a repeti-los, ou a apontar para um alvo mais terreno. Nunca nos ensinaram é o que devemos fazer a seguir, quando concretizarmos um dado objectivo. E por isso, quando isso acontece, fazemos apenas aquilo que nos ensinam e que um dia ensinaremos: mais objectivos. Parece um ciclo infinito, não?
Lembra-me aquela história que já todos viram, na própria pele ou não, do aluno que questiona o professor acerca de algo que não está incluído na matéria, e este responde-lhe que isso não é necessário saber por agora. Quando alguma coisa quebra a norma a que todos estão acomodados, ninguém parece saber o que fazer. Ou o que dizer...
Aprendemos a História que nos querem contar, sabemos que os “nossos” antepassados conquistaram terras além fronteiras, onde a conquista é associada a feitos heróicos. Sempre é mais bonito do que dizerem que os povos nativos foram barbarizados... Vemos imagens na televisão da revolta de povos distantes, onde o rótulo de “diferente cultura” assenta sempre bem. Talvez se dissecassem a “diferente cultura”, pudessem encontrar seres humanos de carne, osso e sangue fluente nas veias, não sei...
Cada um de nós vive num “micro-mundo” a que chama de mundo. Pleno de lugares-comuns que se confundem entre si, de tão parecidos; pleno de caminhos palmilhados e palmilhados, sempre com as mesmas e velhas pegadas. Vivemos num mundo construído para nós e não, por nós. E podemos, de facto, passar 80 anos e não ter visto nada...

Cabe a todos e a cada um de nós, construir o seu próprio mundo, a sua própria casa. Nem que seja apenas um tijolo, ou uma porta sem janelas, nem telhado. No fim do dia dormiremos sem insónias. E no dia seguinte, acordaremos, como seres humanos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Classic Shit ]:)

Anónimo disse...

mas será que tu dormes sem insónias?

Anónimo disse...

Ist é super estranho, pk hj msm estava a pensar nisto...
Se hj temos "80 anos" para viver, na idade média tinhas "40 anos" para viver (ou sobreviver?!).
Ests pensaments serâo de alguma forma benéficos????
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