29.11.04

Socia(light)

(clicar para aumentar) Posted by Hello


Televisão. Instrumento multifacetado, de muitas virtudes e incalculáveis perigos.
Pode parecer cliché dizer-se isto que acabei de escrever. E até um certo ponto, mesmo que nem todos o digam ou escrevam, todos pensam nisto. Muitos poderão dizer ou pensar neste momento: "O gajo tá a falar da televisão mas anda aqui batido na net que é pior...". De facto, existe um pensamento mais ou menos generalizado de que a internet é um sistema mais permeável e por isso mais perigoso para a (de)formação de uma pessoa. Para mim é puro engano. A grande diferença entre a televisão e a internet reside no facto de que numa (leia-se internet) temos total escolha daquilo que queremos ver e até quando o queremos ver. Na televisão? Somos subjugados por ideias e ideais de outros e aí sim, há um grande risco de deformação da pessoa. "Então tudo o que passa na televisão é mau?!". Claro que não! Mas olhem a programação do horário prime time (horário nobre) dos canais generalistas (canais que toda a população tem acesso e que dominam as audiências)... Tirando os telejornais que salvo algumas excepções são um espaço de informação isento restam-nos telenovelas, reality shows, programas de humor de WC, entre outros géneros em que 90% do que se transmite é aquilo que alguns chamam (na minha opinião, bem) de telelixo. A mente humana, no seu caso mais genérico, é bastante persuadível, nem sequer é preciso que uma influência seja directa ou que esteja a haver grande pressão numa pessoa para que esta seja influenciada. O resultado disto, no contexto da televisão é que uma criança/jovem adolescente assimila e enraíza em si preconceitos sem se aperceber, como ela absorve tudo é-lhe díficil discernir as coisas mais importantes da vida, conduzindo ao natural nascimento de uma pessoa fútil. Se o telelixo é nuclear neste processo, as revistas e outros media são auxílios desta grande máquina. Acho engraçado ver muitas vezes adultos fazerem troça das revistas de adolescentes quando estas são somente o prelúdio das revistas cor-de-rosa que eles próprios consomem com naturalidade. A cultura pop (e não estou definitivamente a me restringir à música) alastrou-se como um flagelo que é muito díficil de combater e quase utópico repensar. "O que é então a cultura pop?". Podemos afirmar que se trata do mundo em que vivemos. Trata-se desse mundo onde somos avaliados por outras pessoas pela imagem que temos e pelo dinheiro e bens materiais que mostramos aos amigos. Trata-se do mundo em que a maioria das amizades são relações oportunistas e momentâneas. Trata-se do mundo onde existe a ousadia de se atribuir uma definição ao amor, ainda por cima através de exemplos que jamais lhe farão justiça...
Conheço muita gente que consegue ver todo este mecanismo, até porque não é difícil vê-lo. Ainda assim, preferem adaptar-se a esta realidade, porque é a única que existe. Não concordo com essa posição mas compreendo. O problema é que isso faz com que este rol de atrocidades seja aceite cada vez com mais naturalidade e faz com que neste momento a minha visão das coisas seja a visão de uma minoria. Não pretendo desenvolver muito mais por agora neste assunto, prefiro dar espaço para quem estiver a ler isto reflcitir também e completar por si próprio o raciocínio. Contemplem, se ainda não o fizeram, a imagem que se encontra em cima deste texto, retirada de um exemplo de revista sobre um exemplo de mulher.

4 comentários:

Anónimo disse...

(Mess)

Sorry ao ppl a quem eu dei o link do blog e nao conseguiram postar comentarios, a partir de agora julgo que já tá a funcionar sem problemas.

Anónimo disse...

“A cultura pop (e não estou definitivamente a me restringir à música) alastrou-se como um flagelo que é muito difícil de combater e quase utópico repensar. "O que é então a cultura pop?". Podemos afirmar que se trata do mundo em que vivemos. Trata-se desse mundo onde somos avaliados por outras pessoas pela imagem que temos e pelo dinheiro e bens materiais que mostramos aos amigos...”

antes d mais,adorei o post assim como os outros todos,principalmente este, o dos sonhos e o das historias(ateh agora). mas queria dizer te para teres cautelinha...LOL é q cultura pop n eh nda disso.podes te referir assim à sociedade em que vivemos e são grandes verdades, mas a dita “cultura pop” foi um movimento artístico k surgiu por volta dos anos 50, na América primeiro julgo, que tinha como objectivo retratar e ate mmo criticar a sociedade e os sistemas através de formas próprias do quotidiano,virados para as massas,para o exterior,utilizando por exemplo métodos como os da publicidade, q floresceu nessa época. tb há a música pop k surgiu tb em meados/fins do sec XX e q se prolonga ateh hj, m eh outra conversa, se bem q mto do k hj eh chamado de musica pop eh quase insulto ;)

mess disse...

a definição de cultura pop, não é, de facto, aquilo que eu disse no post. mas a ideia-chave era precisamente essa: rotular esta cultura pop moderna, com base em música, cinema e televisão estereotipados, de cultura global, assente numa larga maioria dos espíritos juvenis que por aí andam ;) criticas sao tao bem recebidas quanto elogios, por isso, obrigado na mesma pela definição que deste, que eu reconheço que desconhecia... :P

Anónimo disse...

Olá =)
Não me conheces (ou seja, conheces-me de vista) mas se kiseres pergunta à Micas k ela talvez te saiba explicar quem eu sou :S
Enfim, estava no blog da Micas e resolvi passar por aqui, e não pude deixar de comentar pois a minha opinião sobre a tv é exactamente igual à tua, manipula as pessoas mentalmente, e como diz o meu pai tranforma-as em "pedaços de carne brutos e sem neurónios" (claro k aqui já estamos a roçar o exagero, mas talvez não seja afinal tão exagerado como isso...).
O segredo com a tv é aprender a filtrar a programação e principalmente não nos tornarmos teledependentes (pelo menos não do telelixo). E já agora, será k alguém neste planeta acha a mínima piada aos batanetes e a porcarias do género? Eu vi uma vez e fiquei completamente deprimida...
:P ******************************