6.4.05

Telas

Posted by Hello

“Uma tela vazia tem infinitas possibilidades...”

Imagina que eu sou tu e tu és eu. Imagina que sou eu quem lê estas palavras, pronunciadas por ti, que procuraste escrever sobre algo diferente, de forma diferente. Aliás, tudo seria diferente. À nossa frente, temos ambos uma tela, mas trocámos as nossas tintas. Serias capaz igualmente de fazer as tuas misturas, os teus improvisos e rabiscos, as tuas obras-primas, com aquele teu à vontade habitual?...

Hoje vou falar das vidas que a nossa Vida pode ter. Do infinito, que tantas e erradas vezes julgamos ser mensurável, concreto e ao alcance de palavras como estas, plenas de arrogância, mesmo quando são pronunciadas buscando humildade. Aquilo que os nossos olhos não conseguem captar, as cores que nunca mais iremos ver, mas poderíamos ter visto. As que vimos, são também legítimas, mas... e as outras? Aquela história, que tanto gostamos e que já nos contaram inúmeras vezes, por não termos estado presentes. Como seria tê-la, de facto, vivido com o nosso olhar? Um chilrear de um pássaro, onde antes a música não soava, pode mudar o rumo de uma conversa, o ritmo de uma mulher elegante que caminha, ou o semblante de uma criança triste. E aí seria diferente...
Todos temos histórias que não gostámos de ter vivido, apesar de todos recorrermos a um confiante “Eu não me arrependo de nada...”. Essas histórias, essas páginas obscuras do nosso livro, se pudessem ser rasgadas ou reescritas... como seria hoje a vida? E se aquele momento de sorte, em que conseguimos algo incrível, desafiando as mais implacáveis probabilidades lógicas e científicas... se esse momento não existisse, como seria hoje a vida?...
Em tudo o que fazemos no dia-a-dia, somos confrontados constantemente com decisões, umas maiores que as outras, mas todas elas reveladoras de outros caminhos que podemos seguir, outras vidas que podemos viver. Muito mais do que meras bifurcações, são trilhos e atalhos, montanhas e savanas, palmilhadas por entre o duro asfalto ou areias movediças. O destino é apenas uma forma ágil de se remeter as respostas a estas questões, no fundo não nos satisfaz.. Por mais bonitas que muitas histórias sejam, ou por muito depressivos que se mostrem alguns contos, nós sabemos que o destino não existe. Até o presente, que neste momento é real, no fim desta frase será passado, deixará de existir...
Perante isto será que devemos ficar agoniados, olhando para uma equação com mais incógnitas do que aquelas que os nossos olhos conseguem vislumbrar? Ou será que tudo isto, à partida, nunca foi uma equação, nem tão pouco um problema, antes uma demonstração do quão bela a vida pode ser e, de facto, é? A liberdade de sermos quem somos, sabendo quem podíamos ter sido. Os outros e seus outros mundos, plenos de outros aromas e outros sabores, nem doces, nem amargos, nem salgados, nem ácidos, ou então, uma mistura de todos eles. A fascinante realidade que nos mostra esses nossos outros “eus”: eles, que comigo, somos nós...

Hoje não preciso de equações, nem de dúvidas, nem de nada. Hoje, eu apenas quero olhar um pôr-do-sol azul, neste imenso céu laranja... E pintar a minha vida, sorrindo, ao ver a tua. Brindemos, então, a todas as Vidas que temos! Imagina que eu sou tu e tu és eu...

4 comentários:

Anónimo disse...

Desta vez excedeste todas as minhas expectativas. Fizeste-me pensar mais do que alguma vez tinhas feito. E assim como uma tela vazia tem inúmeras possibilidades, uma vida vazia também pode ter. Ou ser várias vidas. E se existem histórias que não gostámos de ter vivido e mesmo que não consigamos rasgá-las do nosso livro, podemos sempre retirar alguma coisa delas, mesmo que esse algo seja negativo. Todas as histórias nos ensinam algo. Quanto às histórias boas que não vivemos ou que fomos impedidos de viver, nessas não devemos pensar. Não vale a pena questionares-te o quão diferente teria sido a vida... Devemos sim aproveitar a opurtunidade de viver todas as futuras boas histórias que estão para vir, mesmo correndo o risco que não corram como esperado. Assim, nunca nos arrependeremos verdadeiramente de nada, pois temos consciência que tentámos. Aí, não fomos nós que falhámos mas sim as circunstâncias. E enquanto as histórias boas não aparecem, como tu dizes, não precisamos de dúvidas e devemos sim viver a nossa vida ou as nossas vidas. Até lá, também imagino que eu sou tu e tu és eu...

M disse...

Eu devia usar só mmo uma palavra.Está lindo.já usei uma dúzia.Extraordinário.

Outra coisa.Devias fazer o totoloto.A sério LOOL andas a adivinhar os meus pensamentos.Essa consciência do poder que eu própria tenho sobre a minha vida,e que só me apercebi há pco tempo,tem me perseguido nos ultimos tempos,mmo.Sabes que o euromilhões eh um pote cheio...

Em relação ao comentário anterior,que aliás está muito bom,só gostava de dizer que acho as dúvidas e as questões extremamente importantes,para podermos ter essa dita consciência de que fala ou escolher mmo a inconsciência com a liberdade toda,pondo se assim no mundo..

Anónimo disse...

E agora?! O k vou eu dizer... =| Simplesmente lindooooooo!! Espero sempre por a hora certa para dar aki um pulinho..hoje falhei na hora..estava tão "infiltrada" na "tela" k o telefone tocou e não fui capaz de para para atender..e ele voltou a tocar a tocar..e tive mm k ir atender!! Sai da tela..e kuando voltei comecei do inico para me "infiltrar" de novo nela!!
A medida k vou lendo vou metendo para lá para dentro a minha vida e tento ver as coisas de uma outra forma!! Encontrei aki talvez um meio de reflecção!! Puderia escrever muito mais sobre este teu texto mas axo k as palavras não me saem bem..tudo o k dixes-te faz sentido... Dizer o k penso é rescrever o teu pensamento... Por hoje fiko por aki..tou a senitr k as palavras não me saiem bem!! Beijo ... ** ** ** Continuaaa... Toma (*) ésta é para ti!! =D

Anónimo disse...

adoreiii
resumindo tdo!